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Estudo de cientistas da Oceano Fresco propõe respostas inovadoras para o melhoramento da amêijoa-boa - 24/07/2020

Nazaré, Portugal, 24 de Julho, 2020. Uma equipa liderada por investigadores da empresa de aquicultura Oceano Fresco S.A. acaba de publicar no Peer Journal um artigo científico que aponta novos caminhos para o desenvolvimento de programas de melhoramento de amêijoa, em particular da chamada “amêijoa-boa” (Ruditapes decussatus). Contando com a colaboração de cientistas da Universidade da Corunha (Espanha) e do CIIMAR, o artigo intitulado ‘Genetic variability in Ruditapes decussatus clam combined with Perkinsus infection level to support founder population selection for a breeding program’ analisa a variabilidade genética de diferentes populações daquela espécie, integrando o nível de infeção pelo agente infecioso Perkinsus olseni, principal praga das amêijoas e grande obstáculo a uma maior exploração económica deste bivalve.

Embora o cultivo de amêijoa seja uma importante atividade económica geradora de receitas de mais de 7 mil milhões de euros por ano, existem hoje relativamente poucos locais dedicados à sua produção industrial na Europa. Adicionalmente, a maioria dos produtores concentra-se hoje numa espécie invasora asiática, enquanto a variedade nativa Ruditapes decussatus tem vindo a ser progressivamente negligenciada nas últimas décadas, apesar do seu muito mais alto valor económico e nutricional. Tal deve-se ao facto de o cultivo desta espécie ser mais difícil e imprevisível, devido a fatores como o referido Perkinsus. O desenvolvimento de um programa de melhoramento que permita uma produção constante e com taxas de sobrevivência elevadas torna-se portanto crucial para a recolocação e crescimento da espécie enquanto produto alimentar.

De acordo com a Oceano Fresco, as conclusões do artigo ‘permitirão selecionar populações com as características mais adequadas, as quais servirão de base à população fundadora do programa de melhoramento seletivo que iremos colocar em marcha’.

O artigo foi publicado no âmbito do Projeto I&DT SEMEAR nº 22390 (CENTRO-02-0651-FEDER-011546), cofinanciado pelo Programa Operacional da Região Centro (Portugal) – um sistema de incentivo à inovação empresarial do Governo Português e União Europeia. A investigação subjacente foi também apoiada pelo programa de investigação e inovação Horizonte 2020 da União Europeia, sob o contrato de concessão nº 739773 e pelo projeto Fundo Azul FA_01_2017_007 cofinanciado pelo Ministério do Mar do Governo Português.

DOI de acesso ao artigo: 10.7717/peerj.9728